INFORMAÇÃO SUMÁRIA DE BARROSELAS

Padroeiro: São Pedro. Habitantes: 3.919 habitantes (I.N.E. 2011) e 3.930 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais: Serralharia, metalomecânica, transformação de madeira, indústria têxtil, construção civil, comércio e pequena agricultura.
Feiras: Semanal, às quartas-feiras e anual, na Quarta-Feira de Cinzas.
Tradições festivas: Senhora da Conceição, Espírito Santo, S. Pedro (Junho) e Festa do Senhor (Corpo de Deus).
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial, Igreja do Seminário, cruzeiro e pontes românicas, Largo de S. Sebastião, Monte da Grela, belezas ribeirinhas do rio Neiva, praias fluviais de Vale e Foz, açudes e engenhos no Neiva.
Gastronomia: Cozido à portuguesa, arroz doce e sarrabulho.
Artesanato: Artefactos em madeira, bordados e tecelagem.
Colectividades: Banda dos Escuteiros de Barroselas, Conferência Vicentina, Sociedade de Columbofilia, Grupo Cénico de Barroselas, Grupo de S. Paulo, Núcleo Desportivo de Barroselas, Assoc. Desp. de Barroselas, Centro Social e Paroquial de Barroselas (Casa S.Pedro), Coral Polifónico de Barroselas, Banda Velha de Barroselas e Assoc. Vale do Neiva.

ASPECTOS GEOGRÁFICOS DE BARROSELAS

A Freguesia de Barroselas dista cerca de 14 Km da cidade de Viana do Castelo, a sede do concelho e do distrito a que pertence. Ocupa uma área de aproximadamente  790 ha, estendendo-se desde o rio Neiva até aos pontos elevados da serra da Padela.
A Sul, estabelece limites territoriais com o  concelho de Barcelos. A Norte, com as freguesias vianenses de Mujães e de Vila de Punhe. A Nascente, com a Freguesia de  Carvoeiro e a Poente  com a freguesia de Alvarães.

RESENHA HISTÓRICA DE BARROSELAS

Anteriormente, esta freguesia, chamava-se Capareiros ou Couto de Capareiros. Barroselas era um lugar da extinta Freguesia de Capareiros. Foi em 3 de Março de 1971, que passou a  designar-se Barroselas em função do lugar já existente. Posteriormente, em 18 de Dezembro de 1987, foi elevada à categoria de Vila.
O padroeiro desta freguesia é S. Pedro e as suas festividades realizam-se a 29 de Junho de cada ano.
Capareiros era couto dos arcebispos de Braga. Houve aqui  um convento  de frades beneditinos que passou a abadia secular no século XVI. Era seu padroeiro Paio Peres, que deu o padroado ao arcebispo D. Paio, pelos anos de 1125.
Juntamente com Mujães e Vila de Punhe, à Freguesia de Barroselas está ligado o lugar das Neves, onde, a 5 de Agosto, se realiza a segunda maior romaria do concelho de Viana do Castelo, e se leva à cena a representação do “Auto da Floripes”.
Acerca da história desta freguesia, no livro ” Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais” encontra-se a seguinte resenha, que aqui se transcreve na integra:
«A primeira referência conhecida a Capareiros remonta ao ano de 1115, data em que Pascoal II confirmou à Sé o couto de Capareiros. Existiu aqui um mosteiro antigo de frades bentos que, em 1126, foi doado a D. Paio Mendes.
O couto de Capareiros foi criado por D. Afonso Henriques em 1134. Foi, desde os inícios da nacionalidade, um dos notáveis coutos da Sé de Braga e, como se refere nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258, o prelado tinha aí paço.
Em 1320, Capareiros, então denominada “Sancti Petri de Capateiiros”, foi avaliada em 100 libras.
Em 1528, tendo por padroeiro São Paio, a igreja de Capareiros, enquadrada na Terra de Aguiar de Neiva, era câmara do arcebispo. As Inquirições de 1758 referem-na como abadia da apresentação “in solidum” da mesa e câmara arcebispal da Mitra de Braga. Por estar sujeita à Mitra de Braga, por cujos meirinhos eram julgadas as suas cau­sas, o conto de Capareiros gozava dos privilégios eclesiásticos. Nesta conformidade, os delinquentes e presos capturados no conto eram encarcerados no aljube dos eclesiásticos, em Braga.
No foro administrativo, Capareiros era um pequeno concelho que  tinha jurisdição temporal com câmara, vereadores, juiz ordinário, escrivão e meirinhos, de nomeação  arquiepiscopal  (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, apêndice. vol. XXXX.
No Cadastro da Província do Minho, organizada pelo Engº Custódio José Gomes Vilas Boas em 1799, parte desta freguesia pertencia ao termo de Barcelos, julgado de Neiva, sendo a restante da Patriarcal de Braga.
Em  1852, aparece na comarca de Viana do Castelo e, em 1878, no julgado da Vila de Punhe. O concelho de Capareiros foi extinto por Decreto de 6 de Novembro de 1836 e a sua única freguesia, Capareiros, incorporada no concelho de Viana do Castelo (v. Acta da sessão da Câmara de Viana, de 4 de Janeiro  de 1837).
O lugar de Barroselas veio a designar oficialmente a freguesia, por força do Decreto do Governo de Marcelo Caetano, de 20 de Fevereiro de 1971, publicado no Diário do Governo de 5 de Março do mesmo ano.
Nos tempos que correm, deste inicio do sec. XXI temos em Barroselas uma evolução demográfica que tem sido pautada por um crescimento populacional gradual e paulatino.
A Vila de Barroselas dispõe de inúmeros serviços, industrias e variado comércio. Possui  G.N.R., agências bancárias,  estação de Correios. A Vila de Barroselas é servida  pela E.N. 305-1 e pela E.N. 308, por carreiras da Rodoviária Nacional, as quais fazem a ligação entre Braga e Viana do Castelo. Dispõe, ainda, de uma rede escolar que abrange desde o jardim de infância ao ensino  secundário.  No que diz respeito à saúde e solidariedade social, os habitantes da freguesia usufruem de um centro de saúde e de um centro de dia. A vitalidade cultural da freguesia é incentivada pela existência de vários serviços e estruturas adequadas. São eles: o serviço de biblioteca itinerante, o auditório do centro social e cultural, o salão da Casa do Povo de Barroselas, imprensa local e algumas escolas de música, e outras artes.
A  freguesia possui um património monumental, do qual se salientam: a Igreja Matriz, o Seminário dos Passionistas, a Capela de S. Sebastião, a Ponte  do Ribeiro dos Reis Magos, no lugar das Alvas, que apresenta um traço românico, e está classificada desde 1990, como “Valor Concelhio”. Também se encontra uma ponte, no lugar de Boticas, que parece ser dos tempos  medievais.

ROTEIRO – “CONHECER BARROSELAS”

Quem se situar no Largo de S. Sebastião, centro cívico da Vila de Barroselas, cuja capela é a mais antiga da terra, (1582), das oito nela existentes, poderá a partir daí fazer uma viagem tendo como “Roteiro Cultural”, estes apontamentos sobre esta terra, que teve a sua Carta de Couto, em Fevereiro de 1134.
Voltado para a Casa do Povo, o visitante deve derivar um pouco para traz, para visitar o edifico da Estação do Caminho-de-ferro (1874), retrocedendo depois à estrada nº 308, segue no sentido norte, para Viana, e um pouco adiante o visitante está na Lagarteira e tem à sua esquerda a Casa da Estrada, a única casa brasonada da Vila. Seguindo em frente encontra a ponte dos Reis Magos, que em 1702 era denominada Ponte d’Arca, lançada sobre o regato de Teixe, mas que na Carta de Couto se chamava “Vaiga”,aí, vira à esquerda ladeando o Campo da Vinha, eo regato, para passada a via-férrea entrar no lugar de Fiopos, com uma série de casas agrícolas do início do século XIX, razão porque o lugar nos anos cinquenta deste século era considerado o celeiro de Barroselas, casas, dizíamos, em cujos frontais estão inseridos vários nichos de Alminhas.

Seguindo em frente está no lugar da Foz e por isso quase junto ao rio Neiva, mas antes, ao lado da actual estrada nº 305, pode admirar a ponte românica ou medieval das Alvas, que servia a velha estrada para Esposende. O visitante deve abeirar-se do rio Neiva, para admirar vários valores do património arquitectónico, ambiental e paisagístico: as velhas azenhas, serrações e lagares de azeite, hoje em ruínas, a fonte das Alvas e as praias fluviais.
Continuando a marcha pela velha estrada de Santiago, que era simultaneamente ligação de Esposende, à estrada para Braga e à Feira de Barroselas, o viandante passa no caminho de má fama do Refujão, que ladeia o Monte da Forca, no alto do qual existiu realmente a Forca do Couto, símbolo das justiças medievais, embora não existindo notícias de que alguma vez tivesse exercido a sua função sinistra e aí chegado, entra na estrada medieval Viana – Braga, virando à esquerda e passada a Pontelha do Forno, seguindo em frente para Vale em cuja fonte o viandante pode beber as sua frescas águas, para depois chegar à Ponte de Vale, cuja construção anterior foi a ligação para Tregosa, inaugurada em1937, porque até aí, a passagem era feita sobre poldras no vau, que hoje é uma aprazível praia fluvial com a levada das duas azenhas em ruínas.
Seguindo velho Caminho que o turista tem vindo a pisar, breve passa a via-férrea e ao lado pode admirar a ponte metálica que a serve, sobre o rio Neiva, cujo exemplar inicial era da autoria do célebre engenheiro Gustavo Eiffel. À frente meio quilómetro, está no largo do Espírito Santo, que rodeia a capela da invocação da terceira Pessoa da Santíssima Trindade, tendo logo ao lado a famosa azenha de Berre e a fonte do Rio de cristalinas águas, ladeada pela Estação Elevatória, do abastecimento das águas Municipais.
Seguindo em frente pela estrada medieval, menos de meio quilómetro adiante, verá à esquerda, um velho e simples cruzeiro, que em tempos foi o cruzeiro paroquial, com a data 1860, inscrita no sopé, que foi aquela em que para ali foi mudado e à direita o caminho de entrada para a ponte de Lourido, onde se situavam as Azenhas, do Padre Luís, em cujo anexo funcionou até 1950, uma turbina accionada a água, para produzir luz eléctrica, para quinta do referido sacerdote, hoje Seminário dos Passionistas, continuando estamos nas ruínas Ponte românica (ou medieval) das Boticas, que está lançada sobre o regato da Fraga, e que uma cheia deste e do rio Neiva, em Fevereiro de 1909, derrubou parcialmente. Junto a ela e no início do seu talude, do lado poente, está o marco de divisão dos Coutos de Capareiros e de Carvoeiro, cuja colocação deverá ter acontecido na demarcação de1702, do lado oposto e perto da linha de água, está outro marco com a mesma finalidade e este será o da demarcação de 1712. Há ainda junto a este um mais recente com as armas da Casa de Bragança, que assinalava a mesma demarcação.
Retrocedendo ao Largo do Espírito Santo, segue-se a actual rua das Boticasem direcção ao norte, para poucos metros adiante deparar com a Capela de S. Caetano, também designada do Senhor da Cana Verde, da antiga quinta dos Quesados, em cujos restos da casa senhorial ainda se pode ver uma interessante escadaria e um poço em cantaria, para mais adiante e à direita, encontrar a imponente obra arquitectónica da Igreja e Seminário dos Missionários Passionístas, em estilo gótico moderno (revivalista). Continuando a jornada ladeando a Quinta do Mirante, depois de atravessar a actual estrada nacional nº 308, seguirá em direcção ao Paço, para ver e admirar a capela de Senhora da Conceição.
Virando para o poente, segue pelo caminho do Pé-do-Monte, passando pela Fonte, que deu o nome ao lugar, muito velhinha, mas de águas abundantes, pouco mais adiante pode visitar a Capelade S. Miguel, da Furoca e mais abaixo, a da Senhora da Luz, do Bravio. Está no lugar do Souto, que há quarenta anos era o lugar mais característico da freguesia, pela alegria dos seus moradores, tocadores de bombos, caixa e gaitas de foles e hoje é o mais gracioso, porque o novo casario ficar e cortado na concavidade do Monte da Padela. Se o viandante se der ao trabalho de subir a encosta até aos Depósitos das Águas Municipais, está num miradouro de onde pode observar em toda a extensão o casario da Vila de Barroselas. Mas se for mais afoito na jornada e subir à Pena Ruiva, onde se encontram os limites de Barroselas, Mujães e Carvoeiro, tem a seus pés o soberbo panorama do vale do baixo Neiva, que se estende até ao mar.
Descendo, segue antiga estrada de Viana, para o Convento de Carvoeiro, até à antiga Lagoa de Medros, onde há um século eram criadas as melhores “sanguessugas (medicinais) destes sítios” para ali ao lado visitar o Complexo Desportivo da Rocha, que se estiver em funcionamento, ali estarão mais de meia centena de jovens a receber, formação desportiva.
Voltando à estrada nº 308 e seguindo no sentido do poente, à entrada para a Feira encontra o “Casarão”, o edifício com maior área existente em Barroselas, onde em Agosto de 1929, se representou a primeira peça de teatro na freguesia, o “Drama de Santo Antônio”, casa que hoje tem nela instalada, além de vivendas, vários comércios. É ao lado dela, que se entra na Feira, onde às quartas-feiras, há feira, que segundo se calcula foi fundada no reinado de D. Manuel I, à entrada é o mercado do peixe, na antiga feira do suínos, passada a via férrea, na parte inferior, era a antiga feira do gado, bovino e ovino e na superior as “tendas”, das retalheiras e louceiras e restantes géneros. Em frente, temos o edifício onde está instalado o Posto da GNR. No mesmo edifício, mas na parte mais antiga, voltada ao poente ainda podemos admirar a sacada de onde em 6 de Outubro de 1910, foi proclamada a República. Ainda na Feira e já no início da estrada para o Forno, ainda resta uma característica “Casa de Feira”, com a sua varanda alpendrada que é a: “Casa dos Telheiros”.
Voltando à estrada nacional, estamos no troço final deste roteiro, porque depois de passar a entrada para a Escola E.B. 2,3/S de Barroselas, avista-se a torre da Igreja Matriz, mas antes de lá chegar tem à direita a primeira Escola Ofícial de Barroselas, cujo edifício foi oferecido pelo benemérito Padre Luís Faria, em 1909. Entrando no largo da Matriz, pode-se admirar na sua capelinha o rosto angustiado do Senhor dos Passos e a imagem lacrimejante de Sua Mãe, a Senhora das Dores; o Cemitério Paroquial inaugurado em 1888, e a seu lado o imponente Cruzeiro Paroquial, construído por voltas de 1860, como penhor do perdão de uma tentativa de assassinato. Junto à Matriz admiram-se as sóbrias linhas arquitectónicas da Capela da Ressurreição e o visitante deve entrar na Igreja, para contemplar talha barroca onde em várias peças temos esculpida concha de Santiago, símbolo dos peregrinos ao seu santuário na Galiza e soberba imagem do Padroeiro desde sempre: S. Pedro, imagem que se repete, mas agora em granito ao lado da imponente escadaria que dá acesso ao templo.

 

INFORMAÇÃO SUMÁRIA DE CARVOEIRO

Padroeira: Nossa Senhora da Expectação ou do Ó.
Habitantes: 1.108 habitantes (I.N.E. 2011) e 1.157 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais: Agricultura, pecuária, louças, indústria têxtil e industria de panificação.
Tradições festivas: S. Brás (2 de Fevereiro), Santa Ana (26 de Julho), Santa Justa (último domingo de Agosto) e Santo Amaro.
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Mosteiro beneditino, Cruzeiro de Algares e igreja paroquial, Monte Carmona, Penedo da Coxa da Hera com Figuras Rupestres, miradouro de Santa Justa e lugar da Vacaria, Parque Natural de Valinhas.
Gastronomia: Enchidos de porco, sarrabulho e cozido à portuguesa.
Colectividades: Associação Cultural e Desportiva de Carvoeiro, Grupo de Escuteiros e Clube de Caçadores.

ASPECTOS GEOGRÁFICOS DE CARVOEIRO
A Freguesia de Carvoeiro, está situada no extremo sudeste do concelho de Viana do Castelo e dista cerca de  18 Km da cidade de Viana do Castelo, que é simultaneamente a capital do concelho e do distrito de Viana do Castelo. Esta freguesia ocupa uma área de cerca de 1192 ha que se estende desde o rio Neiva até aos pontos mais elevados da Serra da Padela.
Carvoeiro tem por freguesias vizinhas:  a Norte, as freguesias de Geraz do Lima – Santa Leocádia e de Portela Susã. A  Sul, na outra margem do rio Neiva, a Freguesia de Durrães, pertencente ao concelho de Barcelos. A Nascente, a Freguesia de Vitorino dos Piães e a Freguesia de Poiares, ambas  pertencentes ao concelho de Ponte de Lima, e também, a Freguesia de Balugães, pertencente ao concelho de Barcelos. Por fim, a Poente está a Freguesia de Barroselas.

RESENHA HISTÓRICA DE CARVOEIRO

Em Carvoeiro existiu um mosteiro beneditino, já documentado em 1129, de que nos resta a igreja e a parte residencial construída pelos meados do século XVIII.
Refira-se que a primeira menção explícita à regra de S. Bento , em território portucalense data de 959, mas esta só começa a ser observada, provavelmente a partir de 1085-1095, com a chegada dos monges de Cluny.
Este templo beneditino foi reformulado em 1704 e no seu interior espaçoso podemos apreciar um grandioso retábulo do altar-mor, em estilo nacional e dessa época. Localizado numa rechã, entre montanhas, onde outrora a pastorícia tinha áreas largas, tudo indica que a criação de gado tenha sido a principal fonte de rendimentos. O actual lugar, serrano, da Vacaria parece ter sido outrora uma simples branda do mosteiro.
D. Luisa Monteiro, notável de Carvoeiro cedeu à freguesia este mosteiro. Em Braga, encontram-se elementos provenientes do templo primitivo românico deste Mosteiro.
As origens do povoamento de Carvoeiro são muito remotas a confirmar essa antiguidade está o Penedo da Coxa da Hera com Figuras Rupestres. Na orla nordeste da freguesia, existe uma elevação onde se encontra o Castrejo de Carmona, povoado fortificado da Idade do Ferro, e do qual só restam ruínas de muralhas e casas circulares. A Serra da Padela, na sua progressão  para o Ocidente, apoia-se num contraforte conhecido pelo nome de Carmona, vulgo Caramona. Este monte em forma de cone tem 303 metros de altitude e apresenta as seguintes coordenadas: Geográficas Latitude 4l º 39’ e 45” — Longitude 0º 29’ e 08”.Encontram-se vestígios de uma povoação antiga: alicerces de casas redondas e restos de urna tríplice muralha envolvente. A um ou dois palmos de profundidade aparecem ainda fragmentos de tégulas e de outros objectos de olaria. Vários autores  julgam ser os restos da antiga cidade de Carbona, cujo nome adviria da circunstância de os seus habitantes fazerem muito carvão. Teria sido destruída pelos árabes em 716.
No livro “Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo” encontra-se, na integra, a seguinte informação:
«A primeira referência conhecida a Carvoeiro encontra-se no documento 547 do Liber Fidei, de 1120, no qual é denominada “Carvonario”.
Existe documentação abundante dos séculos XII e XIII que refere o conto e mosteiro beneditino de Santa Maria de Carvoeiro, fundado nesta freguesia cerca de 885. Segundo o Padre António Carvalho da Costa, este antigo convento terá tomado o nome de uma grande cidade que existiu no alto de um monte próximo de Carvoeiro, de que ficaram vestígios.
O seu nome, Carbono, deriva do carvão, que ali se fazia.
No catálogo das igrejas da Terra de Aguiar do Neiva, de 1320, o mosteiro foi taxado em 60 libras. Em 1371, porém, foi avaliado em 15 libras e, em 1528, “no mosteiro de Carvoeiro S. Maria” rendia 200 reais.
Segundo Américo Costa Santa Maria Maior de Carvoeiro era curato da apresentação daquele mosteiro beneditino, tendo passado, mais tarde, a priorado.
O “Bispo D. Pedro e a organização da diocese de Braga” atribui-lhe como padroeiro Nossa Senhora do O.
No foro administrativo, pertenceu, em 1839, ao concelho de Barcelos, em 1852, ao de Viana e, em 1878, ao julgado de Vila de Punhe.»
Actualmente a população é de  cerca de 1.400 residentes. A actividade económica assenta tanto no sector primário, que tem sido dinamizado pelas iniciativas de agricultores que investem sobretudo na área da floricultura, como no sector secundário com as actividades industriais, que são a principal fonte de emprego e das quais se destaca a indústria têxtil, serralharia, carpintaria e cerâmica. De igual modo, têm sido registados investimentos importantes na área da mecânica. Não se pode deixar de referir o parque industrial com um acentuado numero de pavilhões.  No sector terciário,  as actividades comerciais está implementada, a qual é caracterizada por uma oferta relativamente reduzida, tanto a nível alimentar, bem como não alimentar a retalho. Todavia, os habitantes de Carvoeiro encontram na sua freguesia os principais bens e produtos de consumo quotidiano.
O parque escolar de Carvoeiro é constituído por um estabelecimento de ensino pré-escolar público e por uma escola pública de ensino básico do 1.º ciclo, servida por refeitório. Alunos de outros escalões escolares prosseguem os seus estudos nos estabelecimentos de ensino na vizinha freguesia de Barroselas, a qual dista apenas 1 km. O sistema de saúde e cuidados médicos não criou em Carvoeiro nenhuma estrutura de assistência médica, quer privada, quer pública. Os utentes destes serviços recorrem a Barroselas. Ao nível da solidariedade social, sem estruturas de apoio à terceira idade ou ao emprego, os habitantes de Carvoeiro dispõem apenas de um Jardim de Infância.
A Freguesia de Carvoeiro está presentemente dotada com um polidesportivo, um campo de ténis e um campo de jogos para a prática desportiva. No que diz respeito a estruturas culturais e recreativas, é de referir: o Museu Eclesiástico,  uma sala de espectáculos polivalente e de um salão de festas.
O associativismo está representado pela  Associação Cultural e Desportiva de Carvoeiro, pelo Grupo de Escuteiros  e pelo Clube de Caçadores.

( Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo e Freguesias Autarcas do Século XXI ).